Evolução em Capacidade dos Navios Porta-Contentores
(1970-2024)
Fonte: Jean Paul Rodrigue, “The
Geography of Transport Systems”, Hofstra University, New York, EUA, 2024
O aumento da
dimensão dos navios porta-contentores tem sido um processo gradual no que
podemos identificar as seguintes fases:
1)
Na década de 80, desenvolveram-se os navios
“Panamax”, navios que, tal como o nome indica, tinham as dimensões máximas que
permitiam passar no Canal do Panamá (navios com 32,2 metros de boca e 294,1
metros de comprimento “fora-a-fora”). Este standard dominou o mercado e
estabilizou, em 1985, com o tradicional navio “Panamax” de 4.000/4.500 TEU;
2)
Na década de 90, impulsionados pelas
economias de escala associadas, surgem os navios “Post-Panamax” (geração I e
II), os primeiros navios com dimensões que ultrapassavam os limites do Canal do
Panamá. Referimo-nos a navios tradicionalmente de 6.000 a 8.000 TEU;
3)
Ultrapassada a barreira do Canal do Panamá,
desenvolveram-se na primeira década deste século, os navios Post-Panamax de III
geração. Num período muito curto, entre 2004 e 2006, passamos de uma dimensão
máxima de navios porta-contentores de 8.000 TEU para uma dimensão de 15.200
TEU. É ultrapassada a barreira dos 10.000 TEU e entramos na categoria dos VLCS
– “Very Large Containership”;
4)
Curiosamente, quando em 2006 o navio “Emma
Maersk” foi entregue, foi registado como sendo um navio de 11.000 TEU. Mais
tarde, foi reclassificado para 15.200 TEU. A política tradicionalmente seguida
pelos operadores marítimos, de subavaliar a capacidade de carga dos navios por
razões fiscais/comerciais, foi radicalmente alterada. Iniciou-se a luta
desenfreada entre os principais operadores marítimos pela posse do maior navio
porta-contentores do mundo;
5)
Em junho de 2016, com o alargamento do Canal
do Panamá, é introduzida uma nova categoria de navios porta-contentores. Os
navios NPX - “New Panamax” ou “Neo Panamax”. São navios de 12.500 TEU (com 19
ou 20 contentores lado-a-lado), correspondentes à dimensão máxima que permite
passar no Canal do Panamá alargado;
6)
A partir de 2013, surgem os primeiros ULC –
“Ultra Large Containership”, do qual a Classe Triple E da Maersk se assumiu
como paradigma máximo. Trata-se de um navio totalmente inovador, com uma
capacidade de 18.000 TEU. O modelo original foi desenvolvido e, a partir de
2017, surgem os primeiros navios com uma capacidade de carga superior a 20.000
TEU;
7)
Em 2019 surgem os primeiros MGX - Megamax-24.
São os primeiros navios com 24 contentores lado-a-lado. Presentemente, os
navios da Classe “MSC Irina”, são os maiores navios do mundo com uma capacidade
de carga de 23.346 TEU;
8) Em termos futuros, perspetiva-se a possibilidade do aparecimento dos navios “Malacca-Max”, navios de 27.000 a 30.000 TEU, que apesar de já existirem em projeto, cumprindo todos os requisitos das Sociedades Classificadoras, é questionável a sua viabilidade em termos financeiros, comerciais e operacionais.
Evolução dos Navios Porta-Contentores

0 Comentários